segunda-feira, 26 de março de 2012

Catequese

O Médico que queria ser jogador de Futebol
Texto teatral CF 2012 - de Emílio Carlos
(Sugestão: o narrador ser meio caipira, meio contador de causos)

NARRADOR – Olá. Tudo bem? Hoje eu quero contar pra vocês a história do Marquinhos. O Marquinhos morava no meu bairro. Quando a gente era criança às vezes jogávamos bola num campinho que tinha ali – onde agora tem aquele prédio alto.
O Marquinhos queria ser jogador de futebol. Mas... posso falar a verdade? Ele não tinha o menor jeito pra coisa. Nunca marcava um gol.
Bom, teve uma vez que ele até marcou um gol. Mas foi gol contra. O Marquinhos sempre perdia as bolas que eu passava pra ele. E às vezes até... pisava na bola.
O Marquinhos é filho do Dr. Eliseu, um médico muito bom que fez fama na cidade. O Dr. Eliseu era bom mesmo.
Pois é: um dia o Dr. Eliseu chamou o Marquinhos pra uma conversa de homem pra homem. “Ô Marquinhos” - disse o Dr. Eliseu com aquela voz grossa dele - “já está tudo resolvido, viu? Você vai ser médico”.
O Marquinhos não se conformou. E disse: “Mas pai: eu queria ser jogador de futebol”.
Deixe de besteiras, meu filho. – disse o Dr. Eliseu – Você vai ser médico.
O Marquinhos não gostou disso não. Chorou, emburrou, chiou – baixinho, senão levava um no meio do pé da orelha – e não gostou. Mas... fazer o que? Pra jogador de futebol ele não dava mesmo. E o pai já tinha percebido isso.
O tempo passou, o Marquinhos cresceu e foi fazer faculdade de medicina em outra cidade. Com toda mordomia, hein? Carro novo, casa alugada, comida em restaurante, tudo, tudo, tudo. O Dr. Eliseu pagava tudo pra ele. Ah: e ainda dava 2 mil reais de mesada pro Marquinhos.
Gente: o Marquinhos tava com tudo no balaio. E ele aproveitava, viu?
Mas não pense que ele aproveitava pra estudar não, viu? Ele aproveitava que estava longe do pai e matava aula, bebia, namorava a mulherada... o Marquinhos era de entortar o cano, rapaz!
Tá certo: ele era inteligente. Mas matava aula direto – e daí ele colava. Você já pensou um negócio desses? Colar na faculdade? E ainda por cima colar na faculdade de medicina!? O que que ele aprendia? Já pensou o Marquinhos formado médico? Ia pegar um paciente pra operar aqui o apêndice e zip! Cortava a perna do cara. Ah, você ri, né? Isso porque não é a sua perna, rapaz. (ri) Pensa o que?
Um dia aconteceu: um professor da faculdade pegou o Marquinhos no pulo! Pegou ele colando! Gente: o Marquinhos suou frio. Ficou branquinho, branquinho assim que nem roupa de médico, né? Quase que ele repetiu de ano. E daí resolveu estudar.
O Marquinhos estudou tanto que aprendeu, viu? Pode ficar tranquilo que agora ele não corta sua perna mais, viu? O Marquinhos aprendeu – porém ainda não gostava de medicina. E sabe o que é interessante: é que ele levava jeito pra coisa.
Mas o Marquinhos ficava naquele sonho perdido da infância. Ficava naquela de ser jogador de futebol que não acerta a bola, só faz gol contra, um caso sério. E fazia a medicina de má vontade.
Depois de muito estudar o Marquinhos se formou médico. E virou o Dr.
Marcos. Olha ele aí.

(entra Marcos com jaleco branco e estetoscópio. Do outro lado entram 2 pessoas doentes: um senhor e uma senhora humildes).

NARRADOR – Olha aí os doentes precisando do Dr. Marcos.

SENHOR – Doutor: eu estou com dor.

MARCOS – (com má vontade) Todo mundo tem uma dor...

SENHOR – Eu estou com dor nas costas.

MARCOS – (escrevendo num bloco de notas) Sei... Está aqui a receita.

SENHOR – Doutor: o senhor não vai nem me examinar?

MARCOS – Pra que?

SENHOR – Pra saber o que eu tenho.

MARCOS – Eu sei o que o senhor tem: velhice. Próximo.

(o senhor sai e a senhora se aproxima).

SENHORA – Bom dia, doutor.

MARCOS – Bom dia? Onde?

SENHORA – Eu vim falar com o senhor porque...

MARCOS - ...está com dor.

SENHORA – É.

MARCOS – Eu sabia.

SENHORA – Eu tenho muita dor de...

MARCOS – Sabe: quem está com dor agora sou eu.

SENHORA – O senhor?

MARCOS – É. Dor de cabeça de tanto ver dor.

SENHORA – Mas não foi pra isso que o senhor estudou?

MARCOS – Não. Quer dizer, foi. Ah, eu não sei o que eu estou fazendo aqui? (joga o bloco de notas e a caneta e sai)

SENHORA – (vai atrás dele) Doutor... doutor...

NARRADOR – É, gente: esse é o Dr. Marcos. Ele ganha dinheiro, mas é infeliz. E é infeliz todo dia – não é só hoje não é só hoje não. O sonho de ser jogador de futebol já tinha passado faz tempo. Também com aquela barriguinha dele.. aquele jogador tinha metade dessa barriga e caiu fora.
O Dr. Marcos era infeliz. Olha: eu não conheço ninguém mais infeliz do que ele. Seu único consolo era quando ele dormia. Dormia e não sonhava com nada.

(Marcos entra, se deita e se cobre com o lençol).

NARRADOR – Era um homem sem sonhos, que não se encontrou, que não sabia quem era, que não sabia porque estava aqui. E toda noite era
assim: ele deitava e apagava. Mas nessa noite foi diferente.

(Música. Luz forte em Jesus que entra e vai até Marcos).

JESUS – Marcos.

MARCOS – (se vira na cama)

JESUS – Marcos.

MARCOS – (acorda) O que é?

JESUS – Eu lhe dei um dom, Marcos.

MARCOS – (vê Jesus) O que?

JESUS – Eu lhe dei um dom, Marcos.

MARCOS – (sem entender) Um dom?

JESUS – É, Marcos. Eu lhe dei o dom de curar. O que você está fazendo com ele.

MARCOS – (sem jeito) Bem, eu...

JESUS – Marcos: você está desprezando o dom que eu lhe dei.

MARCOS – (abaixa a cabeça, envergonhado. Coloca o travesseiro na cabeça e chora) Perdão, senhor.

(Jesus sai de cena, mas Marcos não percebe)

MARCOS – Perdão, senhor! (chora, levanta e saiu andando com passos incertos e emocionados) Perdão... Perdão...

(a música ainda soa mais um pouco e depois para).

NARRADOR – Jesus tinha lhe dado o dom de curar. E agora Marcos tinha percebido isso. Essa era a sua missão. Foi o que o Marcos percebeu naquela noite. Ninguém sabe dizer se foi um sonho ou se foi real. Mas uma coisa eu sei dizer: o Marcos mudou da água pro vinho. Ele se transformou. Olha ele agora.

(de um lado entra Marcos, e de outro lado entram o mesmo senhor e a mesma senhora).

MARCOS – (educado e gentil) Quem é o primeiro?

SENHORA – Sou eu, doutor.

MARCOS – Bom dia, dona Romina! Em que posso lhe ajudar hoje?

SENHORA – É aquela dor, doutor. Está doendo mesmo.

MARCOS – Calma, dona Romina. Nós vamos resolver isso num instante.

SENHORA – Obrigada, doutor.

NARRADOR – É: o Marcos mudou mesmo. E hoje é o médico mais querido do hospital. Todos os pacientes gostam dele. É que o Marcos descobriu sua vocação.
A saúde é feita de médicos, enfermeiros e funcionários dos hospitais.
E também é feita pelos governos. O prefeito, o governador e o presidente são eleitos para cuidar da população. A saúde é responsabilidade de todos eles. É preciso cuidar da saúde do nosso povo – especialmente dos mais necessitados. Todos tem direito à saúde de boa qualidade.
Quer uma dica: a eleição está aí. Preste bem atenção nas propostas dos candidatos. Analise quem trata a saúde com seriedade, quem tem boas propostas, pra depois você voltar. Olha: voto não tem volta: votou tá votado. Então muito cuidado ao escolher quem vai cuidar da nossa cidade nos próximos 4 anos. Ele é comprometido com a saúde? Tem propostas sérias?
E não é só votar não, viu? Depois tem que cobrar. O “cabra” fala bonito, se elege e depois some? Não senhor! Tem que cumprir o que prometeu pro povo. Saúde é coisa séria. A saúde pública é coisa mais séria ainda. E que a saúde se difunda por toda a terra! Com a graça de Deus!
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Apendendo com Jesus
Resumo: Uma jovem usa uma mochila bem cheia com o título “Meus Tesouros”. Nesta mochila ela guarda coisas que irão ajudá-la a voltar à presença do Pai Celestial (ex: escrituras, recomendação para o Templo, Bênção patriarcal...). Ao longo da peça, a jovem encontra obstáculos que a fazem trocar os objetos dentro da mochila por coisas do mundo.

Personagens:
Narrador; Laura (jovem com a mochila); Amiga da Faculdade; Amiga da igreja; Mãe
Introdução
Narrador:
Tarefa: Explicar que a peça fala sobre racionalizar, ou seja, acharmos que pequenos atos errados não são pecados e com isso começarmos a “justificar [a nos mesmos] diante dos homens [por algo que] (. . .) perante Deus é abominação". (Lucas 16:15). Explicar também que, ao racionalizarmos, podemos criar “uma bola de neve” que nos levará ao afastamento da igreja.
I Ato: A cerveja sem álcool
Personagens: Laura e a Amiga da Faculdade
Material necessário: Mochila; livreto “Para o vigor da juventude”; latinha de alumínio encapada com fita isolante para esconder a marca; pastas ou cadernos na mão para parecerem estudantes.
Amiga da Faculdade: Nem acredito que está acabando o semestre, essa faculdade está me matando!
Laura: Nossa, eu também, não vejo a hora de tirar umas merecidas férias.
Amiga da Faculdade: Amiga, eu to reparando essa sua mochila pesada, o que tanto você carrega aí dentro?
Laura: Ahh, não te contei? Essa mochila é onde eu guardo todos os meus tesouros.
Amiga da Faculdade: Tesouros? Como assim, você tem coragem de sair de casa cheia de dinheiro é?
Laura: Não, não é desse tipo de tesouro que estou falando. Nessa mochila eu guardo todas as coisas que vão me ajudar a voltar a presença do Pai Celestial. Tem, por exemplo, as escrituras, a minha recomendação pro tempo, minha medalinha a Organização das Moças, várias revistas da Igreja...
Amiga da Faculdade: Eu sabia!! Lá vem você com esse papo de igreja. Não agüento mais, pode parar. Você deveria aproveitar mais a vida. A galera da faculdade já está reparando que você nunca sai com a gente, tem sempre uma desculpa.
Laura: Mas também, vocês só saem pra beber, pra farriar...
Amiga da Faculdade: É, mas eu tenho uma surpresa pra você!! Descobri uma coisa perfeita pra você, vai resolver todos os seus problemas. Você poder sair com a gente numa boa...
Laura: Fala logo o que é!!!
Amiga da Faculdade: Está aqui olha: CERVEJA SEM ÁLCOOL! (mostra a latinha)
Laura: Ahh, não sei não, você tem certeza que não tem álcool?
Amiga da Faculdade: Olha, tem só um pouquinho, mas você nunca vai se tornar uma alcoólatra por isso.
Laura: Então está bem, vou experimentar só pra não falarem que sou fresca. (finge que bebe)
Amiga da Faculdade: Você pode guardar a latinha na sua mochila?
Laura: Mas não cabe! Vou ter que tirar alguma coisa. Já sei! Vou tirar esse livro aqui olha: “Para o vigor da Juventude”. Isso é coisa de adolescente, eu já estou velha já, não preciso disso.
Amiga da Faculdade: Isso mesmo, então vamos cair na noite.
Saem de cena
II Ato : O controle remoto
Personagens: Laura e Mãe
Material necessário: Mochila; controle remoto e uma cadeira.

Laura entra, senta na cadeira e finge que está vendo televisão com o controle remoto na mão. Mãe entra.

Mãe: Ahh, não!! Você está vendo televisão dia inteiro? Não acredito, assim já é demais.
Laura: Que isso, mãe, televisão me distrai, eu mereço, você não acha?
Mãe: Que isso! Você já não pensa em mais nada, a gente não está fazendo reunião familiar, não está mais orando junto, você só fica aí nessa televisão, e se não está na televisão está no computador, você nem tem tempo de conversar comigo mais!
Laura: Pode conversar comigo agora mãe, só não fala muito alto que hoje é a final do Big Brother..
Mãe: Assim não dá! E o pior de tudo não é você ficar vendo televisão, o pior é que eu nunca mais vi você lendo as escrituras, ir à igreja aos domingos então, nem pensar. O que está acontecendo com você minha filha?
Laura: Sabe o que é mãe, eu enjoei da igreja, quero mais é curtir a vida mesmo. E esse negócio de ler escritura “tá por fora” mesmo, me dá um sono danado e tem aquele monte de nome esquisito. Ver televisão é muito mais divertido. Sabe o que eu vou fazer? Vou tirar essas escrituras da minha vida, sou muito mais a televisão, ela me instrui muito mais pra vida. Meu tesouro agora é o controle remoto! (tiras as escrituras da mochila e põe o controle remoto)

III Ato: A aliança de compromisso
Personagens: Laura e Amiga da Igreja
Material necessário: Mochila um pouco mais vazia; um anel.

Entra Laura e logo depois a Amiga da Igreja.
Amiga da Igreja: Oi amiga, quanto tempo, que saudade!! Você não apareceu mais na igreja, o que aconteceu?
Laura: Nada não, qualquer dia eu dou uma passada lá, pode deixar.
Amiga da Igreja: E aí?O que você conta de novo? Estou vendo essa aliança no seu dedo, é de noivado é?
Laura: Não!!! É de compromisso! Bonita né?
Amiga da Igreja: Compromisso? Quer dizer então que você vai se casar?
Laura: Casar não, nós vamos morar junto. Amiga, deixa eu te ensinar uma coisa, você está nova ainda, mas tem que saber uma coisa. Essa história de casamento já era, está completamente ultrapassada. Hoje em dia a gente tem que morar junto, fazer um estágio primeiro pra ver se vai dar certo, sabe como é né, igual em emprego.
Amiga da Igreja: Mas e a Lei da Castidade?
Laura: Lei da castidade? Você vem me falar isso em pleno 3ª milênio?? Isso é tudo conversa fiada, coisa do tempo da minha vó.
Amiga da Igreja: Bom, eu quero me casar no templo, e não acho que casamento é coisa ultrapassada não, conheço muitas famílias felizes. Mas enfim, eu respeito sua opinião apesar de não concordar com ela. Mas não esqueça que ainda sou sua amiga. Se precisar de alguma coisa, estamos aí.
Laura: Beleza, tchau.
Saem de cena
IV Ato: A segunda chance
Personagens: Laura, Mãe e Amiga da Igreja
Material necessário: Mochila completamente vazia; lenço, escrituras, uma folha de papel escrito “Amor e compreensão”

Entra Laura bem abatida, chorando e com a mochila nas costas.
Depois entram a Amiga da Igreja e e Mãe.

Mãe: O que aconteceu?
Laura: Tudo deu errado, meu companheiro me largou, meus amigos me abandonaram, eu não tenho mais ninguém, estou triste, não encontro mais razão de viver. Estou até tomando até remédio pra dormir, estou com depressão profunda!!!
Amiga da Igreja: Que isso, a gente vai te ajudar não se preocupe. E a sua mochila? Cadê os seus tesouros?
Laura: Perdi todos, sou uma derrotada mesmo, não tenho mais razões pra viver, eu nunca vou conseguir meus tesouros de volta.
Mãe: Olha, talvez você não consiga ter seus tesouros de forma rápida, mas se você se arrepender de tudo e seguir firme nos caminhos do Senhor, aos poucos você vai recuperando tudo.
Laura: Você acha mesmo?
Mãe: Eu tenho certeza. E pra começar vou te ajudar te dando meu amor e minha compreensão (entrega a folha) pra começar a encher sua mochila de novo.
Amiga da Igreja: E eu te dou as escrituras, pra você se nutrir espiritualmente e poder ter de novo seus tesouros.
Laura: Então vocês acham que eu posso voltar atrás e começar tudo de novo.
Mãe e Amiga da Igreja: Achamos não: TEMOS CERTEZA.
As três se abraçam e saem de cena.
 

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